O mês de novembro tem entre suas datas o Dia da Consciência Negra (20/11). Porém, mais que um registro no calendário, o tema requer atenção global e uma mudança radical para combate ao racismo e à injúria racial que ameaçam a saúde mental e física de milhões de pessoas diariamente. Dando continuidade ao movimento lançado no ano passado (com a camisa especial, live e vídeo de divulgação)
, o América segue empenhado em dar relevância ao conteúdo e promover ações para conscientização desse mal que assola a humanidade.
Como parte das iniciativas, o Clube lança nesta quarta-feira uma imagem do ídolo Jair Bala com a frase: “Consciência Negra Todo Dia”. Com papel de protagonista na galeria de ídolos da história do América, Jair Bala representa a situação de muitos jovens que vencem barreiras, preconceitos e dificuldades financeiras por meio do futebol e servem de inspiração para outras pessoas. O desejo do América é que o racismo, a injúria racial e o preconceito sejam extintos, e que homens e mulheres não sejam julgados pela cor da pele, orientação sexual, gênero, classe social ou religião.
“Eu me sinto representante da cor negra e tenho orgulho em ceder a minha imagem para a participação de um assunto tão importante”, disse Jair Bala, que defendeu as cores do América em 1964 e 1965 e 1970 e 1971. O atacante fez 78 gols em 144 jogos com a camisa do Coelho.
Imagem que representa
Além da arte criada pelo artista Pedro Formiga, em que as pessoas estão convidadas a compartilhar a partir das redes sociais do América e falar sobre o tema, o Clube promove ações internas para dar visibilidade ao assunto.
O clube promoveu uma palestra para celebrar a data do dia 20/11 com o coach Carlos Hilário, Doutor e Mestre em Administração de Empresas, com graduação em Psicologia e atuação como Diretor de Recursos Humanos em uma multinacional, realizará uma palestra com os jogadores do elenco masculino do América. O objetivo é falar sobre o racismo estrutural presente na sociedade, números alarmantes e os riscos para a saúde mental e performance das pessoas que sofrem com esse mal. O evento será transmitido em uma live no Instagram do América (@america_mg).
A base e o profissional feminino também serão contemplados com discussões relevantes. No fim do mês (em data a ser confirmada), o Diretor do Observatório do Racismo no Futebol, Marcelo Carvalho, fará uma palestra sobre o racismo nos tempos atuais e uma análise do preconceito racial no Brasil a partir do futebol.
D ados do IBGE
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, cerca de 56% da população brasileira é formada por pessoas negras ou pardas. Entretanto, embora formem a maioria dos brasileiros, essas pessoas são as que mais sofrem com os índices de desigualdade social.
Confira alguns índices do gráfico abaixo e perceba que pessoas de cor preta ou parda ocupam menos cargos gerenciais, recebem menos para exercer as mesmas funções, sofrem com taxas mais altas de analfabetismo (efeito de uma educação pública inconsistente), somam quase o triplo dos índices de vítimas de homicídio e têm apenas um quarto da representatividade política (se comparadas com pessoas de cor branca).
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